CNTNo último encontro ocorrido nesta quarta-feira (10), lideranças do Sistema Transporte, sob a direção de Vander Costa, tiveram uma importante reunião com o senador Veneziano Vital do Rêgo (MDB-PB), juntamente com Valter Souza, diretor de Relações Institucionais, Amanda Tabosa, assessora legislativa, e Erica Marcos, gerente executiva ambiental, todos representantes da CNT. O motivo do encontro foi discutir o Projeto de Lei nº 528/2020, que está sendo examinado pelo senador na Comissão de Serviços de Infraestrutura do Senado.
O projeto em questão visa estabelecer um marco para o uso de combustíveis sustentáveis no Brasil, englobando o Programa Nacional de Combustível Sustentável de Aviação (ProBioQAV), o Programa Nacional de Diesel Verde (PNDV) e o Programa Nacional de Descarbonização do Produtor e Importador de Gás Natural, além de promover o uso do Biometano. Essa legislação busca não apenas a redução da pegada de carbono no setor de transportes mas também explora métodos para a captura e armazenamento geológico do dióxido de carbono.
Durante a reunião, Costa expressou a preocupação do setor de transportes com a proposta atual, especialmente em relação ao incremento na adição de biodiesel de base éster ao diesel, temendo que tal medida possa não só aumentar o custo operacional mas também elevar as emissões de gases do efeito estufa. Por isso, defendeu a realização de testes adicionais, o aperfeiçoamento das especificações do biodiesel nacional, a implementação de controles de qualidade rigorosos e a inclusão do setor de transporte nas discussões de políticas públicas.
O senador Veneziano acolheu as sugestões, assegurando que irá considerar as perspectivas de diversos setores antes de finalizar sua análise sobre o projeto. Ressaltou, ainda, que a proposta só será levada a votação após uma avaliação completa e matura. O projeto, atualmente em análise, deverá ser discutido em uma audiência pública futura, conforme o processo legislativo.
Um estudo apresentado pela Universidade de Brasília (UnB) foi entregue ao senador, salientando os possíveis riscos ambientais decorrentes do aumento da porcentagem de biodiesel no diesel. O estudo revelou que esse aumento poderia resultar em um crescimento significativo no consumo de combustível e nas emissões de gases do efeito estufa, com um impacto direto nos custos operacionais e no meio ambiente.
O relatório da UnB mostrou que, com o aumento do biodiesel de 7% para 20%, o consumo de combustível para caminhões modernos pode subir em até 9,5%, enquanto veículos mais antigos podem experimentar um aumento de 15%. Isso implicaria em um acréscimo de bilhões de litros de diesel consumidos anualmente e milhões de toneladas a mais de CO2 equivalente emitidos, destacando a complexidade da transição para combustíveis mais verdes no transporte.
O diálogo entre o setor de transportes e os legisladores é um passo crucial para garantir que a transição para combustíveis sustentáveis seja tanto ambientalmente responsável quanto economicamente viável, mantendo o Brasil na vanguarda do transporte sustentável.
