15/04/2024 às 17h17min - Atualizada em 15/04/2024 às 17h17min

Inflação Impacta Diferentemente Segundo a Renda Familiar, Revela Estudo do Ipea

Um estudo recente do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), vinculado ao Ministério do Planejamento e Orçamento, revelou que a inflação de março teve impactos variados de acordo com a faixa de renda das famílias brasileiras. Enquanto as famílias com altos rendimentos (acima de R$ 21.059,92 por mês) enfrentaram uma inflação de apenas 0,05%, as de renda muito baixa (menor que R$ 2.105,99) sofreram com uma taxa de 0,22%.

O estudo desdobra o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), calculado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), e mostra que em março, a inflação para os mais ricos desacelerou significativamente de 0,83% em fevereiro para 0,05%, enquanto para os mais pobres a desaceleração foi de 0,78% para 0,22%.

A pesquisadora Maria Lameiras, responsável pelo estudo, explica que a variação nos preços de alimentos consumidos em casa e de combustíveis foram os principais fatores para o alívio inflacionário em março. No entanto, a descompressão no grupo educação, principalmente devido a reajustes de mensalidades escolares em fevereiro, beneficiou mais diretamente as famílias mais abastadas.

A análise detalha que o consumo diferenciado entre as classes também influencia a percepção da inflação. Famílias de renda mais baixa, que gastam uma maior proporção de seus orçamentos em alimentos, são mais vulneráveis às variações de preços nessa categoria. Por outro lado, as famílias mais ricas, que têm uma capacidade maior de gasto com itens como passagens aéreas, beneficiaram-se mais com a queda de 9,1% neste item em março.

Perspectiva Anual

Quando se analisa o acumulado dos últimos 12 meses, a situação se inverte. As famílias de menor renda tiveram um aumento no custo de vida de 3,25%, que está abaixo da média nacional de 3,93%. Em contrapartida, as famílias mais ricas enfrentaram uma inflação de 4,77%, com transportes e saúde e cuidados pessoais sendo os principais impulsionadores desse aumento.

Essas diferenças destacam a desigualdade na experiência inflacionária entre as várias camadas sociais e ressaltam a necessidade de políticas econômicas que considerem as disparidades no padrão de consumo entre os diferentes grupos de renda.


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