08/05/2024 às 16h04min - Atualizada em 08/05/2024 às 16h04min

Chuvas Implacáveis no Rio Grande do Sul Prejudicam Agronegócio e Elevam Preocupações Econômicas

Henrique Almeida

Desde o final de abril, o Rio Grande do Sul tem enfrentado uma série de chuvas intensas e contínuas, causando estragos significativos, especialmente no setor agrícola. A precipitação extrema, que começou no dia 27 de abril, tem deixado várias regiões do estado sob água, com acumulações que ultrapassam os 300 mm em alguns locais em apenas uma semana. Destaque para Bento Gonçalves, na Serra Gaúcha, onde os pluviômetros registraram alarmantes 543,4 mm, enquanto Porto Alegre viu 258,6 mm em apenas três dias, o equivalente a mais de dois meses de chuva.

Este cenário climático adverso, intensificado pelo fenômeno El Niño e por temperaturas elevadas no Oceano Atlântico Sul, além do transporte de umidade da Amazônia, tem prejudicado severamente a colheita de importantes culturas agrícolas. Um novo sistema frontal, previsto para a próxima quarta-feira, ameaça trazer mais chuvas volumosas, com expectativas de 150 mm a 250 mm nas regiões dos Vales, Metropolitana e Serra Gaúcha.

No setor da soja, o segundo maior produtor nacional, o Rio Grande do Sul já sente os impactos devastadores das enchentes. Antes dos eventos, 70% da área cultivada havia sido colhida, mas 30% ainda permanece sob as águas, representando cerca de 2 milhões de hectares e 6,5 milhões de toneladas não colhidas. Isso coloca em risco cerca de 5% da produção nacional, prevista em 147 milhões de toneladas, afetando diretamente as cotações futuras do mercado internacional.

O arroz e o milho também enfrentam desafios semelhantes. Com 78% da área de arroz colhida, cerca de 200 mil hectares e 1,6 milhão de toneladas ainda estão em risco, o que representa 16% da produção nacional estimada. A colheita de milho de verão, por sua vez, foi interrompida, afetando 27% da área plantada.

Além das perdas diretas nas culturas, a cadeia produtiva de carnes está igualmente afetada. As dificuldades de acesso a ração e outros insumos essenciais, bem como problemas no transporte de animais devido a estradas intransitáveis, têm comprometido a programação dos abates nos frigoríficos. Soluções como o deslocamento de aves e suínos para outras unidades têm sido adotadas, embora essas medidas não solucionem completamente os problemas logísticos enfrentados pelos produtores.


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