Gustavo MansurO nível do lago Guaíba, que banha a região metropolitana de Porto Alegre, segue em ascensão, elevando preocupações entre moradores e autoridades, mesmo após a diminuição das chuvas nas últimas 24 horas. Neste período, o lago teve um aumento de 0,41 centímetros em seu nível, alcançando agora 5,21 metros — significativamente acima da cota de inundação de 3 metros. A semana passada já havia registrado um nível recorde de 5,33 metros.
Este aumento é reflexo das chuvas intensas que atingiram o Vale do Taquari no fim de semana passado, cujas águas migraram para a região metropolitana através dos rios que desaguam no Guaíba. Técnicos do Instituto de Pesquisa Hidráulicas (IPH) da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS) alertam que o nível pode superar 5,4 metros até terça-feira, dependendo da atuação dos ventos do sul, que podem retardar a vazão das águas para a Lagoa dos Patos e, consequentemente, para o oceano.
O prefeito de Porto Alegre, Sebastião Melo, reiterou seu apelo para que moradores de áreas já afetadas pelas enchentes não retornem às suas casas. Ele expressou sua preocupação durante uma entrevista à imprensa na segunda-feira, afirmando: "Que ninguém volte para as casas. Tomara que não chegue a 5,5 metros, mas eu tenho de acreditar na ciência, nos hidrólogos. Não dá para voltar [agora]."
A Defesa Civil do estado também se manifestou, destacando a propagação das cheias na bacia hidrográfica do Guaíba, apesar da ausência de chuvas significativas. Rios como o Jacuí, Taquari, Caí e dos Sinos estão mostrando variações em seus níveis, com o Rio Gravataí seguindo o padrão do Guaíba.
Até o momento, a prefeitura de Porto Alegre acolheu 13.688 pessoas em 159 abrigos. Melo assegurou que a cidade está pronta para receber mais desabrigados, tanto nos abrigos atuais quanto em outros que podem ser abertos. A situação permanece crítica, e as autoridades continuam monitorando e respondendo conforme necessário para garantir a segurança e o bem-estar dos cidadãos.
