Entender detalhadamente o custo de produção do gado de corte é essencial para que o pecuarista possa gerenciar eficazmente sua propriedade, avaliar a eficiência da produção, identificar oportunidades de redução de despesas e aumentar a competitividade do negócio. Este desafio, um dos maiores na pecuária, é crucial para assegurar a lucratividade nas diversas etapas do ciclo produtivo.
"Somente conhecendo os custos de produção conseguimos calcular a margem de lucro e entender a renda gerada pela fazenda. Conhecer detalhadamente esses custos nos permite tomar decisões estratégicas essenciais para o sucesso do negócio, pois sempre há formas mais inteligentes de gastar o dinheiro", destaca Frederico Nadaf Filgueiras, zootecnista, pecuarista e fundador da Nadak Consultoria.
Para calcular os custos em todas as etapas de produção, a tecnologia da informação é uma grande aliada. Existem várias ferramentas disponíveis, como softwares e planilhas, que auxiliam no cálculo do custo de produção. "O desafio não está em adquirir uma boa ferramenta, mas em abastecê-la com dados precisos, saber interpretá-los e utilizá-los nas tomadas de decisões. Recomendamos começar pela simplicidade, pois o excesso de informação pode atrapalhar", afirma Filgueiras.
A gestão dos custos pode ser realizada por diferentes métodos, como a ciência da contabilidade, que classifica os gastos em investimento, custo e despesa. Investimentos são benefícios mantidos por vários ciclos, como a aquisição de uma matriz. Custos são os gastos diretamente relacionados à produção, como alimentação. Despesas são os gastos administrativos e de venda, como impostos.
Uma forma simplificada de controle financeiro é a distinção entre custos fixos e variáveis. Os custos fixos, como impostos, administração e mão de obra, são necessários, mas perigosos, pois podem comprometer a produtividade se não controlados adequadamente. Já os custos variáveis, como nutrição e sanidade, estão mais diretamente ligados à produtividade e são mais seguros, sendo recomendável que, em uma fazenda de recria e engorda, pelo menos 50% dos custos sejam variáveis.
Custos Fixos:
Custos Variáveis:
O inventário é fundamental para o cálculo dos bens de produção e do custo total. Ele corrige falhas na contabilidade, avalia a evolução do balanço patrimonial, calcula os custos de depreciação e remuneração de investimentos, e auxilia na tomada de decisões estratégicas. Idealmente, o inventário deve ser feito anualmente com preços de mercado atualizados.
O manejo da pastagem, apesar de representar um custo, deve ser visto como investimento. "Investir em pastagens é uma obrigação para o sucesso na pecuária, pois resulta em aumento da lotação e desempenho dos animais. Recomendamos que 10 a 15% do custo de produção seja destinado às pastagens", afirma Filgueiras. Isso inclui controle de pragas, adubação e erosões, que representam menos de 5% do custo total, mas evitam despesas maiores com reformas de pastagens degradadas.
A produtividade é chave para reduzir custos. Investir em pastagem de qualidade aumenta a produção de arrobas e melhora a margem de lucro por cabeça. "Calcular o retorno do investimento em controle de plantas daninhas é crucial, pois impacta diretamente na capacidade de lotação e no desempenho dos animais, resultando em lucros significativos", explica Filgueiras.
Para facilitar o entendimento, preparamos uma simulação com números fictícios para uma propriedade com 330 animais.
Tabela 1 – Custos Fixos
Tabela 2 – Custos Variáveis
Tabela 3 – Depreciação
Depreciação: (Valor inicial - Valor final) / Vida útil
Tabela 4 – Valor Final do Custo de Produção
*Conteúdo de exemplo, não retrata a realidade do produtor.
Clique aqui para baixar a planilha.
Esperamos que este conteúdo ajude você a gerenciar e planejar financeiramente sua propriedade, aumentando a lucratividade e otimizando investimentos na pecuária de corte.