SECOM-MTNa decisão que autorizou a Operação Ragnatela, da Força Integrada de Combate ao Crime Organizado (FICCO-MT), o juiz João Francisco Campos de Almeida, do Núcleo de Inquéritos Policiais (Nipo), ordenou que Joadir Alves Gonçalves, conhecido como "Jogador," e Wilian Aparecido da Costa Pereira, apelidado de "Gordão," sejam mantidos no Raio 8 da Penitenciária Central do Estado (PCE), uma ala com maiores restrições. A medida visa impedir que os detidos continuem a liderar a facção criminosa Comando Vermelho de dentro do presídio.
Joadir Alves Gonçalves e Wilian Aparecido da Costa Pereira foram dois dos principais alvos que tiveram a prisão preventiva decretada. Segundo os autos, "Jogador" recebia dinheiro de integrantes da facção e investia em casas noturnas e eventos. Joadir, considerado um dos líderes em liberdade do Comando Vermelho, lucrava com a venda de drogas e outros pagamentos em Cuiabá e Várzea Grande.
Wilian Aparecido da Costa Pereira atuava como "testa de ferro" de Joadir. O dinheiro recolhido por Joadir era entregue a Wilian, que o repassava para operadores e promotores de eventos, financiando shows no Dallas Bar e outras casas noturnas. Além disso, o Dallas Bar foi registrado em nome de Wilian, que utilizava a empresa W A DA COSTA PEREIRA (EXPRESSO LAVA CAR) para lavar dinheiro e pagar despesas de Joadir. As investigações revelaram que Wilian era o elo crucial entre Joadir e os eventos financiados pela facção.
O juiz João Francisco Campos de Almeida justificou a decisão afirmando que, devido à posição hierárquica dos acusados na facção, é necessário evitar que continuem exercendo liderança dentro do presídio. Por isso, determinou a alocação dos réus no Raio 8 da PCE, uma área com mais restrições de comunicação, dificultando a continuidade das atividades criminosas.
Na manhã de quarta-feira (05), a Operação Ragnatela prendeu oito pessoas e cumpriu 36 mandados de busca e apreensão em Mato Grosso e no Rio de Janeiro. A operação teve como alvo membros do Comando Vermelho envolvidos na lavagem de dinheiro por meio de casas noturnas em Cuiabá. Aproximadamente 400 policiais participaram da execução das ordens judiciais, que incluíram o sequestro de imóveis e veículos, bloqueio de contas bancárias, afastamento de servidores de cargos públicos e suspensão de atividades comerciais.
As investigações mostraram que os criminosos utilizavam as casas noturnas para realizar shows de cantores conhecidos, financiados pela facção em conjunto com promotores de eventos. Os acusados também proibiam a contratação de artistas de outras regiões, ligados a organizações criminosas rivais, sob ameaça de represálias.
A população pode contribuir com as ações da Polícia Militar em qualquer cidade do Estado sem precisar se identificar, por meio do número 190 ou do disque-denúncia 0800.065.3939.
