25/06/2024 às 11h13min - Atualizada em 25/06/2024 às 11h13min

Relatório da UFMT Aponta Riscos Ignorados pelo Governo em Obras na MT-251

Especialistas da Universidade Federal de Mato Grosso (UFMT) identificaram diversos pontos de risco que foram desconsiderados pelo Governo estadual durante as obras emergenciais no Portão do Inferno, na MT-251, aumentando os perigos para a população e visitantes. Segundo o relatório, o ponto de parada, utilizado para o controle de tráfego, está localizado exatamente em uma área com risco de queda de blocos.

"O fluxo de veículos na MT-251, entre a Casa do Mel e a Salgadeira, está sendo controlado pelo sistema pare e siga, instalado nos dois pontos citados. No entanto, cabe alertar que, nas proximidades da Casa do Mel, na curva da Mata Fria, os veículos e trabalhadores ficam aguardando a liberação do fluxo em um ponto com risco de quedas de blocos", descreve o relatório.

Assinado pelos geólogos Caiubi Emanuel Souza Kuhn e Flavia Regina Pereira Santos, pelo engenheiro civil e de Segurança do Trabalho Renan Rodrigues Pires, e pelo geógrafo Cleberson Ribeiro De Jesuz, o estudo foi realizado através de um convênio entre a Prefeitura de Chapada dos Guimarães e a UFMT.

O relatório aponta que a estratégia governamental focou apenas na região do Portão do Inferno, aumentando o risco de desastres. Além disso, destacou o perigo das viagens em comboio, que reduzem a capacidade de resposta dos motoristas em caso de queda de blocos.

"Alguns carros ficam aguardando a liberação para seguir viagem exatamente em um ponto onde pode ocorrer quedas de blocos, prolongando o tempo em que esses veículos ficam em áreas de risco. A viagem em comboio, com veículos muito próximos, limita a capacidade de resposta dos motoristas, facilitando que um veículo seja atingido por um bloco", alerta o documento.

Nas considerações finais, o relatório sugere que é possível retomar o trânsito. "Os estudos realizados sobre a escarpa inferior e sobre a ponte do Portão do Inferno indicam que o local necessita de vistorias periódicas, mas no cenário atual não apresenta risco iminente de ruptura que possa afetar o viaduto. Assim, é possível retomar o trânsito de veículos, incluindo ônibus e caminhões de até 12 toneladas de peso bruto total do veículo", conclui o relatório.

Para a análise, os técnicos consideraram o volume médio de tráfego entre Cuiabá e Chapada dos Guimarães, para o qual a ponte foi dimensionada. "Será necessário adotar o sistema pare e siga ou interditar a via em caso de obras. É essencial realizar avaliações e acompanhamentos frequentes da ponte, devido à idade dos materiais e possíveis eventos que possam danificar a estrutura", finaliza o documento.

 Repercussão

Após a divulgação do relatório, obtido pelo VG Notícias via Lei de Acesso à Informação, a população de Chapada dos Guimarães expressou indignação nas redes sociais, exigindo a reabertura total da estrada. Profissionais do turismo, setor de pousadas, bares e restaurantes, além de membros do Conselho Municipal do Meio Ambiente, manifestaram-se contra a situação de risco à sociedade e cobraram um posicionamento das autoridades.


O prefeito de Chapada, Osmar Froner, comentou que participou de uma reunião na Sinfra para discutir a flexibilização do trânsito no Portão do Inferno. "Destacamos a necessidade de liberar o tráfego para veículos utilitários e passeios com carga maior, mas ainda há muita resistência", afirmou Froner.


Link
Notícias Relacionadas »
Comentários »
Comentar

*Ao utilizar o sistema de comentários você está de acordo com a POLÍTICA DE PRIVACIDADE do site https://programatransportador.com.br/.
Fale pelo Whatsapp
Atendimento
Precisa de ajuda? fale conosco pelo Whatsapp