02/04/2024 às 16h41min - Atualizada em 02/04/2024 às 16h41min

"Brasil Adota Vacinação Única Contra HPV no SUS para Ampliar Proteção"

Em uma iniciativa pioneira visando a ampla cobertura vacinal, o Sistema Único de Saúde (SUS) do Brasil anuncia a transição para um esquema de vacinação de dose única contra o papilomavírus humano (HPV), substituindo o anterior esquema de duas doses. A medida entra em vigor imediatamente após a publicação de uma nota técnica nesta terça-feira (2), marcando um passo significativo na política nacional de imunização.

Eder Gatti, diretor do Programa Nacional de Imunização do Ministério da Saúde, destacou que indivíduos que receberam a primeira dose estarão integralmente protegidos, eliminando a necessidade da segunda dose. A vacina quadrivalente, responsável por proteger contra os quatro subtipos do HPV mais ligados ao câncer de colo de útero, continuará sendo fornecida, produzida pelo renomado Instituto Butantan.

A decisão brasileira de adotar a vacinação de dose única é apoiada por evidências internacionais e elogiada por especialistas, como Mônica Levi, presidente da Sociedade Brasileira de Imunizações (SBIm). Levi aponta que a estratégia reflete uma tendência global, com países como Austrália, Escócia e Dinamarca já adotando essa abordagem após alcançarem uma redução significativa na circulação do vírus e incidência de câncer associado ao HPV. Essa mudança visa manter a prevalência do vírus em níveis baixos, focando na cobertura vacinal ampla em vez do número de doses.

Ainda, Mônica Levi ressalta que, apesar da inovação no SUS, o esquema de duas doses para adolescentes de 9 a 14 anos permanecerá nas clínicas particulares. Esta distinção deve-se à proteção adicional que o esquema de duas doses pode oferecer contra outros tipos de câncer relacionados ao HPV, não somente ao câncer de colo de útero, mas também a tumores de orofaringe, pênis, ânus, vagina e vulva.

Este movimento reafirma o compromisso do Brasil com as metas estabelecidas pela Organização Mundial da Saúde (OMS) de eliminar o câncer de colo de útero até 2030, incluindo estratégias de vacinação, rastreamento eficaz e acesso ao tratamento. Enquanto a vacinação no sistema público agora foca na eficácia comprovada da dose única, a opção de duas doses nas clínicas privadas oferece uma proteção abrangente, cobrindo uma gama mais ampla de doenças associadas ao HPV, numa abordagem que ainda espera mais estudos para validar sua eficácia com dose única.

A atualização para a vacinação de dose única contra o HPV no SUS é um marco importante na saúde pública brasileira, visando aumentar a acessibilidade e eficácia da vacinação contra um dos principais vírus causadores de câncer entre as mulheres, alinhando-se às melhores práticas internacionais na luta contra o HPV.


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