O Tribunal do Júri de Várzea Grande agendou para 17 de setembro o julgamento do ex-bicheiro João Arcanjo Ribeiro, acusado de ser o mandante do assassinato de três jovens em 2001. Leandro Gomes dos Santos, Celso Borges e Mauro Celso Ventura de Moraes foram mortos após supostamente subtraírem R$ 500 de uma banca de jogo do bicho pertencente a Arcanjo. Os crimes, ocorridos em um matagal no Bairro São Mateus, chocaram a região pela brutalidade e pela motivação aparentemente trivial.
A acusação, movida pelo Ministério Público de Mato Grosso (MPMT), detalha que a ordem para executar os jovens partiu de Arcanjo, com a execução material do crime sendo realizada por Célio Alves de Souza, Hércules de Araújo Agostinho e João Leite. As investigações revelam um planejamento macabro que culminou na execução a tiros dos jovens e subsequente ocultação dos corpos.
No decorrer das investigações e processos judiciais, os envolvidos diretos nos homicídios foram julgados e receberam suas sentenças. Hércules de Araújo foi condenado a 21 anos de reclusão em 2006, enquanto Célio Alves recebeu uma pena de 30 anos em 2007. João Leite, por sua vez, foi absolvido. O julgamento de Arcanjo, no entanto, teve de ser adiado, pois ele encontrava-se detido no Uruguai na época.
A decisão de levar Arcanjo a júri popular foi proferida pelo juiz Jorge Alexandre Martins Ferreira, da 1ª Vara Criminal de Várzea Grande, marcando um novo capítulo em uma das histórias mais sombrias do crime organizado mato-grossense. O caso, que já perdura por mais de duas décadas, pode estar próximo de um desfecho, prometendo trazer justiça às famílias das vítimas e fechar um capítulo lamentável da violência ligada ao jogo do bicho no estado.
