Em março de 2024, a indústria brasileira de caminhões demonstrou sinais de recuperação robusta, registrando um aumento significativo na produção de veículos. De acordo com os dados divulgados pela Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea), a produção alcançou a marca de 11,2 mil unidades, um crescimento de 10,5% em relação a fevereiro do mesmo ano, que teve 10,2 mil unidades produzidas. Este avanço, porém, vem acompanhado de um cenário de desafios, refletido na queda de 8,9% na comparação com março do ano anterior.
Eduardo Freitas, vice-presidente da Anfavea, atribui este incremento na produção ao retorno das atividades nas fábricas, que haviam sido pausadas nos meses de janeiro e fevereiro. "Muitas fábricas pararam e retomaram a produção em março", explicou Freitas. Esse dinamismo no setor resultou em um acréscimo de 19,7% na produção acumulada do primeiro trimestre de 2024, com 29,3 mil unidades fabricadas, frente a 24,5 mil no mesmo período de 2023.
Os emplacamentos de caminhões em março também seguiram uma tendência positiva, com um total de 9,9 mil caminhões emplacados, representando um aumento de 18% sobre fevereiro, que viu 8,4 mil emplacamentos. Freitas destacou que o mês de fevereiro teve a mesma quantidade de dias úteis que março, tornando o crescimento ainda mais notável. Comparando março de 2024 com o mesmo mês do ano anterior, que teve três dias úteis a mais, houve uma leve queda de 1,6% nos emplacamentos. No entanto, uma análise mais detalhada revela um desempenho diário superior em 2024, com uma média de 495 caminhões emplacados por dia, superando a média do ano anterior.
Entretanto, os emplacamentos totais nos primeiros três meses de 2024 apresentaram uma queda de 7,5% em comparação com o mesmo período de 2023, totalizando 26,5 mil emplacamentos contra 28,6 mil. Esta variação negativa é parcialmente atribuída ao impacto da implementação do novo padrão Proconve P8. No início de 2023, ainda havia disponibilidade de veículos que seguiam o padrão Proconve P7, o que estimulou uma antecipação das compras. Com a adaptação ao novo padrão neste ano, o mercado está se ajustando, refletindo nas cifras de emplacamento.
Este panorama do setor de caminhões reflete tanto a capacidade de recuperação da indústria quanto os desafios impostos por mudanças regulatórias e de mercado. A adoção do padrão Proconve P8, apesar de representar um avanço em termos ambientais, implica um período de ajuste para fabricantes e consumidores, evidenciando a complexidade da transição para práticas mais sustentáveis no setor de transporte.
